sexta-feira, 3 de agosto de 2012

FIQUE LIGADO - Teste da orelhinha obrigatório completa dois anos em todos os hospitais e maternidades

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Teste da orelhinha obrigatório completa dois anos em todos os hospitais e maternidades:

Foto: Teste da Orelhinha – Senado Federal
Na quinta-feira, dia 02 de agosto, foi comemorado dois anos da lei 12.303, que torna obrigatório e gratuito em todas as maternidades e hospitais do país o Exame de Emissões Otoacústicas Evocadas, mais conhecido como Teste da Orelhinha, nos recém-nascidos. O exame é essencial para detectar possíveis deficiências auditivas na criança. Ainda na gestação, o bebê já é capaz de identificar sons do corpo e da voz materna. Realizado ainda nos primeiros dias de vida, o teste identifica rapidamente se há alguma deficiência auditiva e o tratamento mais adequado.
O teste é indolor, dura alguns minutos e o resultado sai na hora. Para ser realizado, o bebê precisa estar dormindo. O Exame de Emissões Otoacústicas consiste em colocar um pequeno fone no ouvido da criança que emite sons para a cóclea, que transforma as vibrações sonoras em impulsos nervosos para o cérebro. A resposta da cóclea ao estímulo é captada pelo e avaliado pelo médico.
O ideal é que o exame seja realizado ainda no primeiro mês de vida. “Não tem, entretanto, nenhuma contraindicação para ser feito depois. Mas o objetivo dessa brevidade é, se o bebê tiver algum tipo de perda auditiva e precisar de intervenção, haver tempo adequado para isso, que é aos três meses de vida”, argumenta a fonoaudióloga do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), vinculado ao Ministério da Saúde, Cristina Krimberg.
O exame identifica se a audição da criança é perfeita ou está perto da normalidade, avaliando se há resposta no aparelho de medição. Caso não haja uma resposta, pode ser sinal de deficiência auditiva ou o teste foi invalidado pela agitação da criança. “Se não tem resposta, precisamos fazer um novo teste e analisar se nesse segundo momento se capta a resposta ou não”, explica Cristina. Diversos fatores podem acontecer para o bebê não passar na triagem, o que não necessariamente indica uma deficiência. “O nenê pode ter otite, ou seu conduto auditivo é muito pequeno ou ainda tem vernix (secreção branca que surge na pele da criança após nascimento), porém ele tem uma audição normal”, completa.
Além do teste da orelhinha, a mãe pode ficar atenta a outras manifestações que podem indicar se a criança tem alguma dificuldade para ouvir. Nos primeiros meses, o bebê normalmente reage a sons fortes, com reflexos nas mãos e nos olhos. Em torno dos seis meses, ele reage ao serem chamados ou viram a cabeça para a direção do som. Por volta de um ano, quando se inicia a pronúncia das primeiras palavras, a criança que não escuta bem pode não interagir ou ficar menos atentas que o esperado.
Mas tudo depende do grau de perda de audição. “Se ela tem uma perda leve ou moderada, pode reagir a alguns sons e só um exame aprofundado detecta essa alteração. Se há uma perda mais severa ou profunda, fica mais claro no comportamento porque ela não vai reagir a vários sons”, alerta a fonoaudióloga.
Teste no SUS - O teste da orelhinha é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, quando o Ministério da Saúde recomendou nas Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência à Saúde/PPI, que se fosse implantado a Triagem Auditiva Neonatal de maneira gradativa: prioritariamente para neonatos (até 28 dias de vida) e lactentes (29 dias a 2 anos) com risco para deficiência auditiva e ampliada posteriormente para outros recém nascidos, até se tornar um procedimento universal, na medida em que as condições de continuidade da investigação e da terapêutica para todas as crianças estivessem garantidas pelos gestores municipais e estaduais, nas Redes de Serviços de Atenção à Saúde Auditiva.
Junto com a sanção da lei em 12.303, em 2010, a Coordenação Geral da Média e Alta Complexidade (CGMAC/DAE/SAS), em conjunto com a Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência (ATSPD/DAPES/SAS), elaborou as Diretrizes Brasileiras para Triagem Auditiva Neonatal, que tem por objetivo promover estratégias que permitam identificar os neonatos e lactentes que necessitem de avaliação para diagnóstico da deficiência auditiva em todos os pontos de atenção da Rede do SUS.
Além do Exame de Emissões Otoacústicas, obrigatório em lei, consta na tabela do SUS outro exame mais complexo, o Potencial Evocado Auditivo do Tronco Cerebral (PEATE). Ambos são realizados por profissionais especializados e experientes (fonoaudiólogo e/ou médico otorrinolaringologista).
O diagnóstico e a intervenção precoces são determinantes para a aquisição da linguagem oral das crianças. Um problema auditivo que não é detectado a tempo e tratado corretamente, pode trazer diversas consequências ao longo do desenvolvimento infantil. “Ela vai ter muita dificuldade na aquisição da fala e compreensão da linguagem, e a partir daí podem surgir problemas cognitivos, dificuldades escolares e de integração na vida social”, esclarece a fonoaudióloga do GHC.
Fonte: Fabiana Conte/ Comunicação Interna do Ministério da Saúde

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