segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

FIQUE SABENDO - Álcool está associado a 49% das agressões físicas e a 21% dos acidentes no trânsito

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Ministros da Saúde e das Cidades apresentam estudo sobre a influência do álcool em acidentes e agressões | Foto: Erasmo Salomão – Ascom / MS
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nessa terça-feira (19) que o consumo de álcool está relacionado a 49% das agressões físicas cotidianas e a 21% dos acidentes no trânsito. Em 2011, mais de 42 mil pessoas morreram no trânsito e mais 51 mil morreram por homicídio, revela o estudo inédito realizado pelo programa Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), do Ministério da Saúde. Os dados foram extraídos de 71 hospitais de todo o país, que fazem atendimentos de urgência e emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para o ministro Padilha, esses acidentes e agressões têm forte impacto nos serviço do SUS e na economia do país. “Um dos dados da pesquisa aponta que 66% das vítimas têm de 5 a 11 anos de escolaridade. Ou seja, estamos perdendo pessoas que são altamente produtivas e que têm alto índice de escolaridade”, afirma. O levantamento ainda aponta que uma em cada cinco vítimas de trânsito atendidas nos prontos-socorros brasileiros ingeriram bebida alcoólica. Entre as pessoas envolvidas em acidentes, 22,3% dos condutores, 21,4% dos pedestres e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de embriaguez ou confirmaram consumo de álcool. Entre os atendimentos por acidentes, a faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 39 anos (39,3%).
Alexandre Cordeiro Macedo, ministro das Cidades em exercício, apresentou os dados da pesquisa junto com o ministro Padilha e reforçou a importância das campanhas de mobilização social e da Lei Seca. “Os três pilares da segurança no trânsito são: conscientização, legislação efetiva e fiscalização eficiente. Esse número de mortes é muito elevado. Nós temos uma guerra no trânsito e isso tem que mudar. A gente começa a ver mudanças significativas com a aplicação da nova Lei Seca. Tivemos resultados impressionantes, como a redução de 24% das mortes durante a campanha de carnaval desse ano”, comenta.
Padilha concorda com a posição de Macedo, e ao ser questionado sobre os aplicativos para celular existentes para driblar as blitz o ministro é enfático: “Nós queremos salvar vidas. A relação entre o álcool e a direção é fatal. Alguns dados apontam que, os estados que aumentaram o número de blitz reduziram os números recorrentes de acidentes no trânsito. Sou contra quem bebeu e dirigiu e eu vou ser contra qualquer instrumento que possa burlar a associação disso, qualquer coisa que estimule quem bebeu a dirigir”, ressalta.
As vítimas mais acometidas por agressões físicas estão na mesma faixa etária dos envolvidos em acidentes de trânsito – 20 a 39 anos – e representam 56% dos casos. Em 2011, 28.352 homens com idade entre 20 a 39 anos foram assassinados e 16.460 perderam a vida no trânsito, o que corresponde a quase metade de óbitos registrados nesta faixa etária, 31,5% e 18,3%, respectivamente. O VIVA também mostra que a proporção do consumo de bebida alcoólica entre os pacientes homens foi bem superior ao das mulheres: 54,3% dos homens que sofreram violência e 24,9% dos que sofreram acidente de trânsito tinham ingerido álcool, enquanto os índices entre as pessoas do sexo feminino foram de 31,5% e 10,2%, respectivamente.
O ministro da Saúde reforçou ainda a importância de se obter informações qualificadas em saúde para que as ações de prevenção e de intervenção sejam cada vez mais eficientes. “Estas informações que apresentamos aqui têm papel decisivo para que tenhamos, nós e todos os demais órgãos federais, estaduais e municipais, mais segurança para agir. Também vamos utilizá-las em nossas campanhas de conscientização de motoristas, passageiros e pedestres”, destacou Padilha.
Vida no Trânsito – Para apoiar estados e municípios a orientar condutores sobre o risco da combinação entre o álcool e direção, o Ministério da Saúde desenvolve o Projeto Vida no Trânsito. As cinco capitais brasileiras que participam do projeto (Curitiba, Teresina, Belo Horizonte, Campo Grande e Palmas) reduziram, entre 2009 e 2011, o percentual de atendimentos de vítimas de acidentes alcoolizadas nas emergências dos prontos-socorros. Em setembro de 2012, o Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8 milhões para os 26 estados, o Distrito Federal, todas as capitais, além de Guarulhos e Campinas. No total, foram cerca de R$ 25 milhões para as ações do Projeto Vida no Trânsito.
Uma das ações do projeto Vida no Trânsito é a qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais. Com o banco de dados atualizado, os gestores de saúde podem identificar os fatores de risco e os grupos de vítimas mais vulneráveis nos respectivos municípios, assim como os locais onde o risco de acidente é maior.
Camilla Terra / Blog da Saúde

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