sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Prefeito apresenta estudo inédito nas áreas de risco de deslizamento



Estudo aponta 18 mil imóveis em área de risco e servirá para a Prefeitura fazer intervenções em cada comunidade

06/01/2011

O prefeito Eduardo Paes apresentou na manhã desta quinta-feira, dia 6, no Centro de Operações Rio, na Cidade Nova, um estudo inédito da Geo-Rio com o mapeamento geotécnico das áreas de alto risco de deslizamento no município. O levantamento feito em 196 comunidades, que foi iniciado depois das chuvas de abril de 2010, aponta que 21 mil imóveis em 117 comunidades estão em áreas consideradas de alto risco. Porém, atualmente, o número de imóveis em situação de risco já foi reduzido para 18 mil, pois a Prefeitura realizou intervenções ou ofereceu moradia segura para as famílias destes 3 mil imóveis ainda durante 2010. Com a conclusão deste estudo, a Prefeitura vai elaborar projetos específicos para cada comunidade com o objetivo de minimizar os riscos de deslizamentos.



Essas localidades apontadas pelo estudo também já estão recebendo atenção especial da Defesa Civil, que trabalha com 1800 agentes treinados. Além disso, hoje pela manhã o prefeito Eduardo Paes se reuniu com lideranças comunitárias que passarão por treinamento e vão atuar de forma preventiva e estarão prontas para auxiliar os moradores nas situações de chuvas fortes. Do total de comunidades mapeadas, 47 dessas já passaram por obras de contenção de encostas e urbanização em 2010. Parte dos moradores foi reassentada através do Aluguel Social e de unidades do Programa “Minha Casa, Minha Vida”. As obras e o reassentamento atenderam cerca de 3 mil famílias. Para este ano de 2011, 27 comunidades já têm obras prestes a serem iniciadas ou licitadas, beneficiando outras 2.500 moradias.

Paes ressaltou que o objetivo da Prefeitura é fazer obras de contenção de encostas:

- O estudo serve para a prefeitura identificar quais são as áreas que precisam de obras de contenção e fazer essas obras necessárias e possíveis e manter as pessoas onde elas moram em condições dignas e seguras. Se pudermos resolver a situação dessas famílias com obras de geotecnia e contenção de encostas, resolveremos. Mas se a obra não for possível, aí sim, estudaremos outras alternativas.

Foram mapeadas as encostas do Maciço da Tijuca e adjacências, abrangendo 52 bairros das zonas Norte, Sul, Oeste e Centro da cidade. Ao todo foram vistoriados 1.302 hectares. O estudo utilizou tecnologias modernas, como levantamento a laser do terreno e ortofotos e fotos oblíquas.


O prefeito explicou ainda a importância deste mapeamento para a cidade:

- Nenhuma cidade do Brasil dispõe desse tipo de levantamento. Pela primeira vez fazemos um estudo com detalhe. Hoje temos uma possibilidade de afirmar com precisão quais são as áreas de alto risco na cidade. A Prefeitura inicia agora uma segunda fase de levantamento e estudo no detalhe de todas as possibilidades de obras e contenções. As obras já feitas pela Prefeitura ao longo de 2010 e já iniciadas em 2011 vão nos permitir resolver o problema de 5.500 dessas 21 mil moradias. O que fizemos foi criar um plano de contingência para já nesse verão a gente ter uma capacidade de prevenção muito maior.

Agentes de Saúde atuam em casos de emergências

Além dos projetos de intervenção que serão elaborados para cada área de risco da cidade, a Defesa Civil preparou um sistema de alerta em comunidades que já está em funcionamento e tem o objetivo de reforçar a atuação em casos de emergências. No ano passado foram treinados 1.800 agentes de saúde do Programa de Saúde da Família, que serão os
responsáveis por coordenar as primeiras ações em situações como chuvas, alagamentos, deslizamentos de encosta e risco de desabamentos.

Esses agentes já estão presentes em 25 das 117 comunidades apontadas no levantamento. Isso significa que 40% das famílias em áreas de alto risco já contam com o reforço desses agentes multiplicadores.

A partir da próxima semana, mais 1.200 pessoas, principalmente, líderes comunitários também receberão o treinamento, totalizando cerca de 3 mil profissionais. A proposta é fazer com que todas as comunidades identificadas no mapeamento tenham agentes capacitados no Sistema de Alerta Comunitário. Os profissionais que integram o sistema contam com um meio de comunicação integrado, utilizando aparelhos celulares cedidos pela Prefeitura para a troca de mensagens. Os telefones recebem torpedos com alertas em casos de ocorrências de chuvas e isso permite a comunicação rápida entre todos os integrantes para que estes avisem aos moradores sobre os riscos e os conduzam a pontos seguros.

Presidentes de Associações entram em ação

Antes de apresentar o estudo, o prefeito Eduardo Paes fez uma reunião com os presidentes das Associações de Moradores das comunidades mapeadas para implantação do plano de contingência, que entrará em vigor imediatamente. Eles receberam um relatório fotográfico de sua comunidade, uma cartilha com orientações e um telefone celular que funcionará no mesmo sistema dos Agentes de Saúde. À medida que o programa de Saúde da Família avançar nas comunidades, mais agentes da Defesa Civil serão treinados e estarão atuando de forma preventiva no município.

O presidente da Associação de Moradores do Complexo do Alemão, Vagner Acácio, esteve reunido com o prefeito e falou sobre essa ação da Prefeitura:


- A realidade era preocupante quando o tempo mudava. Mas agora teremos uma ligação direta com a Defesa Civil. A partir de agora vamos ter acesso as informações e vamos começar a trabalhar com o propósito de prevenir os acidentes no Alemão. Vamos trabalhar para sanar qualquer tipo de tragédia que possa acontecer.



Texto: Anna Beatriz Cunha
 

Fotos: J.P.Engelbrecht

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