quarta-feira, 10 de agosto de 2011

39º Fórum Aliança pela Infância – Amamentação: alimentando a paz no mundo

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39º Fórum Aliança pela Infância – Amamentação: alimentando a paz no mundo: "


Este encontro contará com a presença de José Moacir de Lacerda Jr., médico pediatra e homeopata e médico do ambulatório de puericultura da Casa Ângela e membros da sua equipe.


 


Temas da palestra


- A importância do entorno no fortalecimento dos vínculos

- As várias culpas que aparecem no pós-parto

- A comunicação da mãe com o bebê e deles com as pessoas que vivem e trabalham junto.


 


Evento gratuito realizado mensalmente em parceria com a Universidade Aberta de Meio Ambiente e Cultura de Paz – UMAPAZ.


Vagas limitadas, inscrições via internet. Acesse aqui.


 


Horário: 9h às 12h


Data: 13 de agosto de 2011


Local: Universidade Aberta par ao meio Ambiente e Cultura de Paz – UMAPAZ (Av. IV Centenário, nº 1268, Portão 7, Parque do Ibirapuera – São Paulo/SP)


 


Este evento faz parte da Campanha Nacional pela Amamentação


Veja o artigo escrito por José Moacir de Lacerda Junior especialmente para a campanha 2011.


 


Mulheres que Dizem Sim


José Moacir de Lacerda Jr.

Aliança pela Infância


“Um ato ético é aquele em que nos abstemos de prejudicar a experiência ou expectativa de felicidade dos outros” (XIV Dalai Lama, Tenzin Gyatso, Uma Ética para o Novo Milênio).


Quando nos vemos diante do nascimento de um bebê e consideramos que essa experiência deve ser potencialmente feliz, tudo o que devemos fazer é proporcionar condições para que essa felicidade seja a mais plena e duradoura possível. Imagine o alívio de sair de um lugar onde passamos 9 meses crescendo e que, por mais que tenha sido aconchegante, já não cabemos mais. Todos nós já passamos por isso e, de alguma maneira, essa experiência está marcada em nossa memória, ainda que a maioria dos Seres Humanos não seja capaz de acessá-la. Imagine, também, o desejo que a mãe tem de realizar o encontro com aquele bebê, que a mãe também, por mais feliz e saudável que tenha sido a gestação, deseja que assuma seu lugar no mundo ao lado dela e de quem ela ama.


Quando por fim, então, é realizada a experiência de ambos, mãe e bebê, novo momento se apresenta repleto de amor e… Leite. Ou pelo menos assim devia ser, afinal nada mais lógico do que estender essa parceria de 9 meses senão oferecendo-lhe o alimento de melhor qualidade, disponibilidade e economia que se pode oferecer: o leite materno. Consideremos que esse bebê que chega é uma querida visita muito alegremente aguardada. Não temos por hábito servir os mais valiosos e saborosos acepipes que podemos? Por que haveria de ser diferente com nosso filho?


Mas nem tudo é assim tão fácil quanto parece quando se trata de aleitamento materno.


Nem todos jogam a favor e muitos jogam deliberadamente contra. Pelos mais diversos motivos. Inicia-se, muitas (mas muitas mesmo!) vezes na maternidade quando, sob o suposto argumento de deixar a mãe descansar, oferecem à pobre criança uma chuquinha de leite artificial ou (ai meu Deus!) glicose. (E por que as mães precisam tanto descansar hoje em dia? Porque a maioria dos partos é cesárea e isso significa dizer – cirurgia de médio porte, com anestesia). Assim, de alguma maneira já estamos mandando uma mensagem subliminar (que a mídia fez o favor de nos ensinar tão bem como se faz) de que o leite da mãe é fundamental mas pode não ser suficiente (bom? volumoso?) em todas as situações. A mãe que não estiver fortalecida – trabalho de parto é uma revolução e toda revolução pode demandar extrema energia – vai acreditar e registrar a informação. E assim muitos bebês saem das maternidades com a mágica prescrição de solução para angústias alimentares – Fórmula Láctea!


Quando a família chega, então, ao pediatra, já traz a admirável informação: “ele não está mamando bem e nós estamos complementando – foi orientação da maternidade!!” Agora o pobre da vez é o amável pediatra que deverá desconstruir o mito da lata que alimenta. E se ele for realmente amável, deverá conversar, orientar, aconselhar, ouvir, acolher, amparar as angústias, fantasias, aflições, inquietudes, agonias da mãe (meu leite não sustenta!!!!), do pai (o leite dela não sustenta !!!!) e muitas vezes das avós (eu daria logo uma papinha de fubá !!!) que foram orientados, muito precocemente, que o leite do peito não seria suficiente (a despeito dos diversos profissionais da maternidade que passam em frente a cartazes afixados – “AMAMENTAR, UM ATO DE AMOR” ). Inicia-se uma nova etapa na vida de todos, feita de cumplicidade e confiança. A mãe com seu bebê e o bebê com sua mãe. A mãe e o bebê com o pediatra e vice versa. A mãe, o bebê e o pediatra com o pai e assim por diante. Não deverá haver, nessa corrente, ninguém com a razão absoluta e nem tampouco com a falta dela. Todos serão conhecedores de suas funções e agirão em consenso para o pleno desenvolvimento da criança. Surgem, então, as Mulheres que Dizem Sim…


Essas corajosas mulheres tomam, assim, o destino nas próprias mãos e ao lado de seus fiéis escudeiros (porque nessas horas todos que não são MÃE são apenas fiéis escudeiros) seguirão avançando no sentido de contemplar a melhor possibilidade de desenvolvimento que houver para o pequeno lactente. Ela saberá que o leite de seu peito é o alimento mais completo para o crescimento e a proteção de seu filho. Saberá também que não é só assunto de artigo científico o tal do vínculo que se fortalece com o aleitamento. Saberá, ainda, que pode ser extremamente prazeroso ter só para ela e seu bebê horas de reconhecimento mútuo todo santo dia, horas de aconchego e abraço.


 


Agora… E quando esse ideal não se concretiza?


Inúmeras são aos razões para que uma mãe não consiga amamentar seu filho. Algumas vezes por fatores que tem origem antes mesmo da concepção como por exemplo uma mamoplastia redutora, que dependendo da técnica utilizada pode comprometer seriamente a amamentação. Mas também razões de ordem emocional e psicológica podem estar envolvidas – alguns autores associam maior incidência de depressão pós natal em partos cesariana. Sem falar em causas absolutas como prematuridade extrema com internação prolongada em UTI neonatal ou mesmo mulheres mastectomizadas. Também há crianças com fenilcetonúria; elas não podem mamar leite, seja do peito, de vaca ou de outro animal, porque agravaria sua doença e precisam, então, se alimentar de uma fórmula especial. Nesses casos (e em inúmeros outros), a impossibilidade de amamentar acarretará um prejuízo irreparável, uma catástrofe familiar? Lógico que não. A mãe e seus fiéis escudeiros buscarão estratégias de alimentação, de fortalecimento de vínculo, de manifestação de carinho…Tantas são as possibilidades. O que não se pode fazer, ninguém ao redor, é apontar oportunidades passadas. A situação ideal é aquela que se apresenta no momento. É em cima dela que devemos trabalhar. O futuro só se descortina na medida em que o passado deixa de se fazer no presente. Quanto mais tempo a mãe puder amamentar seu bebê melhor, mas quando isso não for possível será necessário unir forças de complacência e compaixão para que tanto a criança quanto a mãe possam experimentar seus momentos iniciais plenos de felicidade, contemplando aquilo que seria, para o Dalai Lama, uma atitude ética.


 


Por: Giovana Souza (Aliança Pela Infância)

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