terça-feira, 9 de outubro de 2012

Professores e o déficit de atenção

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Professores e o déficit de atenção:
Os professores passam longas horas do dia com as crianças na sala de aula, e por isso muitas vezes são os primeiros a perceberem nelas os sintomas de TDAH. Consequentemente, seu papel é importantíssimo na orientação que deve ser dada aos pais, mas não significa que eles estão aptos a fazerem diagnósticos.
Para a psicóloga Roseli Caldas, da Abrapee (Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional), a suspeita que muitos professores têm de que seus alunos possuem TDAH pode ser infundada, já que em uma “sociedade hiperativa” como a atual, as crianças têm inúmeros estímulos ao mesmo tempo, o que pode distrai-las. Além disso, a desatenção constantemente se dá em função de aulas enfadonhas, pouco estimulantes, distanciadas da realidade e sem atender às necessidades reais da criança .
“As atividades propostas às crianças devem fazer sentido para elas, o que irá possibilitar maior chance de motivação, atenção e interesse. É preciso conhecer e buscar compreender quais as razões da aparente desatenção. Sempre estamos focando nossa atenção em algo. Se não é na aula, é preciso identificar em que a criança está escolhendo manter a atenção e por quê”, afirma a psicóloga.
Outra questão recorrente é que muitos pais são excessivamente permissivos, têm dificuldade de estabelecer regras e limites sociais, e seus filhos acabam facilmente “confundidos” com portadores de TDAH. “Isso é quase um álibi, uma vez que parece mais aceitável socialmente que o filho seja portador de TDAH do que tido por ‘mal educado’”, afirma Caldas.
A psicóloga sugere algumas alternativas para quem precisa trabalhar com grupos grandes de crianças:
* Aproveitar as crianças que aprendem com mais rapidez para que auxiliem seus colegas. É o conceito de “pares mais hábeis”, utilizado pelo psicólogo russo Lev Vigotski, representante da Psicologia Histórico-cultural e que tem sido muito relevante para a compreensão dos fenômenos educacionais pela psicologia escolar contemporânea;
* Utilizar diferentes técnicas e metodologias. Há os que aprendem melhor ouvindo, os que precisam manipular, os que gostam de falar enquanto aprendem;
* Estabelecimento regras de convivência em conjunto com as crianças. A participação na criação das regras é fundamental para o cumprimento e adesão às normas. Limites, organização e boas relações são fundamentais para que os processos de ensino e aprendizagem se deem de modo eficaz;
* Vínculos afetivos entre educadores e educandos. Este é, muitas vezes, o caminho para se conseguir a aproximação das crianças e seu envolvimento com o conhecimento. Um professor rude, sem paciência, sem senso de humor terá mais dificuldade para manter a atenção de seus alunos. O “tom” do que se desenvolverá precisa ser dado pelo professor, afinal, ele é o responsável pela educação. Entretanto, a participação e aproximação dos alunos devem fazer parte do cotidiano escolar.

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