quarta-feira, 24 de novembro de 2010

7.320 alunos ficam sem aulas por conta de ataques criminosos no Rio, diz secretaria

DIANA BRITO - Folha
DO RIO

Pelo menos 7.320 alunos ficaram sem aulas na tarde desta terça-feira por conta da megaoperação da Polícia Militar que tenta conter a onda de ataques criminosos no Rio. A Secretaria Municipal de Educação informou que dez escolas permanecem fechadas desde o início da tarde na capital, sendo três na Penha, seis em Olaria e uma em Manguinhos, na zona norte.

Também em Manguinhos, duas escolas e um EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil) estão funcionando com baixa frequência de alunos. O órgão disse que não tem previsão de reabertura das escolas e a volta às aulas vai depender da direção de cada unidade, por conta do risco de balas perdidas. Já a Secretaria Estadual de Educação informou que ainda não tem registro de interrupção de aulas na rede estadual.

O porta-voz da PM, tenente-coronel Henrique Lima Castro, afirmou que PMs realizam uma megaoperação em 18 favelas do Rio por tempo indeterminado. São elas: Varginha, Mandela 1, 2 e 3, em Manguinhos; Nova Holanda e Parque União, no complexo da Maré; Parque Arará, em Benfica; Jacarezinho, no Jacaré; Cutia e morro do Encontro, no Grajaú; Tuiuti e Barreira do Vasco, em São Cristóvão; Vila Joaniza e Barbante, na Ilha do Governador; e na Vila Cruzeiro, na Penha; além do Chapadão, em Barros Filho, zona norte da cidade. As favelas Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa, no centro, também estão ocupadas.

O coronel Marcus Jardim, comandante do 1º CPA (Comando de Policiamento de Área), que coordena as ações em uma base montada no 22º Batalhão (Maré), próximo à Linha Vermelha, fez um balanço parcial das operações e disse que um suspeito que trocava tiros com a polícia morreu, na favela Mandela 1, sete pessoas foram presas e 50 kg de maconha foram apreendidos.

Por volta das 12h, também houve tiroteio entre criminosos e policiais na favela Vila Cruzeiro, na Penha. Ainda não há informações de feridos ou presos na região.

VIOLÊNCIA

Desde o fim de semana, criminosos fazem arrastões e queimam carros no Rio. Ontem, o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, disse que novos ataques podem acontecer de "traficantes emburrados", em retaliação às UPPs e a transferência de presos para presídios federais.

Nesta terça, quatro rapazes --dois deles adolescentes-- foram detidos com bombas caseiras em Copacabana, zona sul do Rio. Segundo a Polícia Militar, eles são acusados de tentar instalar os artefatos explosivos embaixo de dois veículos no bairro.

Entre a noite de ontem e esta terça-feira, uma cabine da PM foi atingida por tiros e carros foram queimados. Na via Dutra --que liga o Rio a São Paulo--, carros foram queimados, e duas pessoas ficaram levemente feridas na altura do bairro da Pavuna (zona norte).

Já no início da manhã desta terça-feira, duas pessoas morreram e uma ficou ferida após um carro ser atingido por tiros na avenida Washington Luís, na altura de Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Em Araruama, região dos Lagos, dois PMs foram mortos ontem à noite. Nos dois casos, a polícia investiga a possível ligação entre com os recentes ataques.

Nenhum comentário:

Postar um comentário