Priscilla Borges, iG Brasília | 07/02/2011 07:14
Começar o ano letivo, para os estudantes que cursarão o 3º ano do ensino médio, significa iniciar uma difícil e importante etapa da vida. No fim do ano, eles terão de encarar o vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), primeiros passos para o mundo adulto e profissional. Na opinião de orientadores e estudantes que venceram essa fase – com sucesso e uma vaga na universidade –, os alunos que chegam à série final do ensino médio devem se preparar desde agora para a tarefa.
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Por isso, considera o apoio dos pais fundamental. “Eles têm de participar desse processo, dando opiniões e ajudando os filhos a definir as metas do ano, dividindo o tempo entre estudo, lazer e convívio familiar”, afirma Chacon. O coordenador de vestibulares do Centro Educacional Sigma de Brasília, professor França, ressalta que os estudantes não devem deixar de lado todas as atividades extras por causa da preparação para os processos seletivos. “A rotina precisa ser normal. Cada um tem um ritmo diferente de aprendizagem”, diz.
Os professores afirmam que os alunos precisam conhecer o próprio estilo de aprender. Alguns preferem assistir às aulas. Outros lêem fazendo resumos. Além de se respeitarem nesse sentido, os futuros vestibulandos têm de manter o ritmo. João Marcos Correia Marques, 18 anos, aconselha os candidatos a estudarem todos os dias, independentemente do tempo. “Estudava umas quatro ou cinco horas por dia e, no final de semana, descansava um pouco”, conta.
A estratégia de João Marcos deu certo. Mal terminou o terceiro ano e foi aprovado Programa de Avaliação Seriada (PAS) - processo de seleção feito durante todo o ensino médio, com uma prova ao final de cada série - e no vestibular da Universidade de Brasília, cujo resultado foi divulgado nesta sexta-feira. E ele foi primeiro colocado nos dois. Agora, ainda espera o resultado do vestibular da Universidade de São Paulo (USP). “Foi uma surpresa muito grande”, garante o jovem.
Larissa Gonçalves Braz dos Santos, 18, aprovada em medicina pelo PAS, admite que abriu mão de baladas, aulas de dança e festinhas para se preparar para essa etapa. Como o curso que escolheu é o mais concorrido da UnB, achou que valeria a pena se dedicar agora. “Não me arrependo. Acho que todo mundo precisa se planejar desde o começo do ano e pensar que vai passar rápido essa fase”, diz.
A orientadora pedagógica do ensino médio do Colégio Ciman, Leise Protta Lanna, lembra que, além da preparação, os estudantes precisam escolher uma carreira nessa fase, o que também não é fácil. “É preciso conhecer as disciplinas que serão estudadas no curso, como é a carreira e o que ele quer para o futuro. Até isso ajuda na hora da preparação, para traçar áreas que devem ser privilegiadas nos estudos”, recomenda.
É muito comum que os estudantes queiram fazer um cursinho preparatório junto com a escola nessa fase, mas os professores não recomendam a prática. Para eles, tantas aulas podem tirar um tempo de estudo precioso. “Quem faz uma boa escola não precisa se preocupar com isso nesse momento”, garante Chacon.
Dicas de planejamento
- Monte uma grade de estudos: deixe horários para estudo e lazer
- Concentre-se nas aulas
- Revise todo o conteúdo dado em sala e tire duas dúvidas
- Escolha um lugar tranquilo para estudar em casa ou na escola
- No primeiro semestre, dedique-se mais à escola
- Só comece a estudar conteúdos de vestibulares quando saírem os editais
- Faça, aos poucos, provas antigas das universidades que vai concorrer
- Se a sua escola oferece plantões de dúvidas, aproveite
- Leia jornais, revistas, portais de internet. Estar informado ajuda bastante
Confira as dicas de quem soube aproveitar o 3º ano e entrou na universidade
Foto: Fellipe Bryan Sampaio
João Marcos ficou em
primeiro lugar no PAS e no vestibular da UnB e afirma: é preciso manter
ritmo constante desde o início do ano
João Marcos Correia Marques, 18 anos, primeiro lugar no PAS e no vestibular da UnB, vai estudar engenharia mecatrônica
Foto: Arquivo pessoal
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Larissa conta que, para passar em medicina, abriu mão das aulas de dança e estudou muito
“Fui sempre boa aluna e estudei muito este ano. Minha mãe me incentivou muito a estudar também. No primeiro semestre, fiz cursinhos de disciplinas específicas – física, matemática, biologia e história. Nos intervalos das aulas, ficava estudando, resolvendo prova e fazendo as tarefas no cursinho mesmo. No sábado, eu estudava um pouco e, no domingo, resolvia provas. No segundo semestre, fiz um cursinho para o PAS. Eu me voltei totalmente aos estudos. Não saía à noite para chegar tarde. No máximo, lanchava e ia ao cinema. Abri mão da aula de dança e da academia. Meu curso é muito difícil e acho que isso foi importante. A dedicação desde cedo é o caminho mais curto e mais fácil. Eu aconselho os estudantes a manterem uma rotina de estudos. Não me arrependo, passa muito rápido.”
Larissa Gonçalves Braz dos Santos, 18 anos, passou medicina pelo PAS da UnB
“Acho que não tem muito segredo. Eu simplesmente estudava direitinho, fazia todas as tarefas, nunca desprezei provas e assistia a todas as aulas com atenção. Estudava quatro horas por dia pela manhã. No meu colégio, temos aula das 13h até as 21h. No sábado, eu estudava depois das aulas. Reduzia o ritmo só no domingo. Sempre achei que o mais importante era aprender o conteúdo, sem me preocupar muito com o tipo de prova. Lia atualidades e fiz algumas provas antigas. É preciso se preparar desde cedo, sem acumular conteúdo. Para mim, é interessante ir alternando o estudo para a escola e o vestibular. Eu abri mão de algumas coisas, que podia recuperar depois. Acho que é preciso definir prioridades”
Igor Sampaio Felismino mora em Teresina e foi o primeiro colocado no curso de direito no PAS da UnB e passou na Universidade Federal do Piauí
“Só estudei para vestibulares específicos no fim do ano. Optei por estudar os conteúdos no começo. Não tinha um planejamento muito definido. Estudava sempre o que achava mais prazeroso. Acho que isso é muito importante, estudar com gosto. No fim do ano, me dediquei aos conteúdos que tinha mais dificuldade. Só perto das provas, analisava o conteúdo que seria cobrado e fazia provas antigas para treinar. Acho que ninguém precisa abrir mão de outras atividades para se preparar, é possível conciliar”
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