Marina Morena Costa, iG São Paulo
Secretaria pretende usar a tecnologia para criar um conselho de classe permanente e monitorar o que é passado em sala de aulaA Secretaria de Educação do Espírito Santo irá implantar ainda neste ano um sistema de frequência escolar eletrônica nas escolas da rede estadual. Diferentemente do que acontece em Praia Grande (SP), onde alunos registram a presença por meio da digital, o controle ficará com os professores. A chamada será feita normalmente, mas em vez de ser anotada nos Diários de Classe será registrada em um sistema online via smart phone ou tablets.
Os dados da frequência serão enviados aos pais, via mensagem de texto no celular, à Secretaria de Educação e ficarão disponíveis internamente na escola. Segundo Genilson Gomes Corradi, gerente de tecnologia da informação da Secretaria, o sistema está em fase de licitação e deverá ser implantado no segundo semestre deste ano. “A solução vai além, porque registra a frequência do professor também. Quando ele se loga no sistema, sua presença é registrada”, destaca, Corradi.
Hoje, o Estado oferece o Serviço de Mensagem Escolar (SME), que envia trimestralmente aos pais dados sobre o desempenho escolar dos filhos, como o boletim de notas e informações sobre recuperação e áreas nas quais o estudante precisa de reforço. Para receber as informações, os pais devem se cadastrar no site da Secretaria até o dia 31 de março.
Conselho permanente
Os professores poderão usar a plataforma de frequência escolar para fazer anotações sobre o comportamento dos estudantes em sala de aula. “Será um ‘conselho de classe permanente’. Os docentes poderão saber como determinado aluno se comporta em outras disciplinas”, afirma Corradi.
O sistema permitirá também que a Secretaria de Educação acompanhe os conteúdos que estão sendo ministrados em sala de aula e a velocidade com que o currículo escolar avança em cada disciplina nas diferentes unidades. Os dados serão informados pelos professores ao final de cada aula.
Para o professor de história e diretor da Secretaria de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Swami Cordeiro Bergamo, a realidade das escolas estaduais está muito distante dessa tecnologia de ponta. “O Estado não envia mais as pautas (diários de classe). As escolas ou os próprios professores têm que imprimir a folhas por conta própria”, afirma.
O Sindicato avalia que a tecnologia é bem vinda, mas acredita que a Secretaria precisa investir no “elemento humano” antes. “Ampliar o tempo de planejamento e estudos do professor são medidas que vão impactar muito mais a qualidade do ensino”, completa Bergamo. Sobre o conselho de classe virtual, o professor avalia que este espaço de debate e reflexão não deve ser virtual, e sim presente.
A Secretaria fez um projeto piloto do novo sistema com 12 professores de quatro escolas em 2010. A solução foi bem avaliada segundo a pasta e será instalada em 30 escolas da rede, no segundo semestre de 2011, ao custo estimado de R$ 10 milhões – gastos com a compra de smart phone e tablets, desenvolvimentos de software, capacitação dos educadores, instalação de equipamentos, da rede de internet e de cofres para guardar os equipamentos.
"
Nenhum comentário:
Postar um comentário