sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Abre alas para a desintoxicação

http://www.ecologiamedica.net/
Abre alas para a desintoxicação:
A medicina tem recursos para limpar o organismo dos venenos liberados pelo excesso de comida, bebida e falta de sono. Mas quantos de nossos exageros podem ser consertados depois da folia?

O corpo intoxicado

O consumo exagerado de gordura, sódio e álcool e a superexposição ao sol e ao cigarro, entre outros hábitos ruins da modernidade, podem comprometer o funcionamento de uma das mais nobres estruturas celulares, as mitocôndrias - pequenas usinas de energia existentes no interior das células. Quando agredidas, elas deflagram a produção excessiva de radicais livres, átomos ou moléculas altamente reativos que podem desequilibrar a bioquímica celular.









Fonte:
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/abre-alas-para-a-desintoxicacao

Abaixo alguns textos sobre o tema

Detoxificação e dieta por Dra. Jane Corona
A dieta e a detoxificação interagem em vários pontos. Se por um lado ela é fonte de muitas toxinas naturais e ambientais, ao mesmo tempo fornece fitoquímicos, fibras, aminoácidos e nutrientes que facilitam as duas fases que detoxifica os hormônios, toxinas e as substâncias produzidas pelo organismo durante o seu metabolismo.

São também os componentes da dieta que interagem com os genes que regulam as fases 1 e 2 deste eficiente sistema detox.

As maiores fontes de toxinas da dieta são os xenobióticos, ou seja, resíduos químicos de pesticidas, solventes, herbicidas, aditivos alimentares, metais pesados, e as gorduras trans. O sistema de detoxificação além de nos desintoxicar dos fungos, bactérias, drogas e hormônios produzidas em excesso pelo organismo, tem também que nos livrar destas substâncias potencialmente tóxicas que se acumulam no tecido adiposo.

O sistema detox ocorre na pele, pulmões, rins, intestino e principalmente no fígado. A capacidade funcional para metabolizar e excretar esses compostos varia de pessoa para pessoa e é isso o que determina a quantidade de toxinas que serão acumuladas.

Na fase 1 da detoxificação esses compostos que adoram as gorduras, lipofílicos, são biotransformados, por um grupo de enzimas da família do Citocromo P450, em espécies intermediárias altamente reativas e em substancias potencialmente cancerígenas. Estes compostos intermediários ficam preparados para reagirem com as enzimas da fase 2, as conjugases, que os tornam solúveis em água e prontos para uma rápida excreção pelos rins.

Se não tivermos um sistema detox funcionando com as duas fases de maneira equilibrada, os compostos reativos formados podem oxidar proteínas, lipídeos da membrana celular e até os ácidos nucléicos do DNA.

Durante um jejum prolongado as enzimas da fase 1 aumentam substancialmente e muitos compostos intermediários são formados, resultando num estresse tóxico, porque não há enzimas da fase 2 suficientes para neutralizá-los, uma vez que estas dependem exclusivamente dos componentes dieta. O funcionamento equilibrado dessas duas fases é que permite que os compostos intermediários sejam conjugados, detoxificados, excretados completamente e não se acumulem.

Uma detoxificação para ser eficiente precisa de nutrientes adequados como os folatos das folhas, a vitamina A das frutas e vegetais, as proteínas, a vitamina B12, minerais, como o magnésio e particularmente o enxofre da cebola, alho e dos vegetais crucíferos, como brócolis, couve flor, couve de Bruxelas, repolho, couve, rúcula, nabo e acelga. Esses elementos influenciam no genoma das enzimas da fase 1 e nas reações enzimáticas da fase 2, entre elas, a glucuronidação, sulfatação e acetilação.

Em resumo, os xenobióticos são ameaças constantes para nossa saúde, por isso o organismo conta com um sistema detox muito eficaz e equilibrado para eliminá-los. Quando esse sistema falha, esses agentes tóxicos para proteínas, DNA e lipídeos podem desencadear fadiga crônica, dores musculares ou doenças hepáticas, renais, endócrinas, imunológicas, neurológicas e inclusive câncer

Autora: Dr. Jane Corona, médica com prática em ortomolecular.
Fonte: http://janecorona.blog.uol.com.br/




Detox e seus benefícios por Dra. Sílvia Coelho (artigo originalmente postado na liga da saúde)

Detoxificação ou desintoxicação? Bem na verdade, todos os termos possuem o mesmo significado: eliminação de substâncias tóxicas, que muitas das vezes, ingerimos e nosso organismo por esse excesso de consumo, pode começar a acumular. Todas essas substâncias, principalmente vindo de fármacos, alimentos industrializados e vegetais ricos em agrotóxicos precisam passar por alguns processos bioquímicos no nosso organismo para que tal substância tenha capacidade de eliminação. Esse é um tema longo e abrangente, mas aqui falarei para que possam entender um pouco sobre o assunto.
Esse é um processo fisiológico, nosso organismo sempre vai ser realizá-lo. A detox (como normalmente chamamos) é realizado por todas as células de todos os tecidos, mas principalmente pelo intestino (20%, aproximadamente) e no fígado entre 60 a 65%. Então problemas de constipação intestinal, diarréias recorrentes ou problemas hepáticos (como a esteatose hepática, conhecida como “gordura no fígado”), normalmente podem não estar desempenhando bem essa função.
Porém, existem duas principais limitações: problemas genéticos (que possam impedir ou dificultar a eliminação) ou quando o consumo é maior que a capacidade que nosso organismo tem de eliminação. Verifico na minha prática clínica o segundo problema ocorrendo com muitos pacientes e com frequência, e o motivo: a falta de tempo para um consumo de alimentos com qualidade. A preocupação sempre é a falta de tempo e ainda se o produto consumido é diet ou light.
Caímos em uma outra questão: na sua grande totalidade, esses tipos de alimentos processados tem baixa qualidade nutricional e alta quantidade de adoçantes artificiais, corantes, acidulantes, conservantes (a lista é grande) entre outros, e quando consumidos em grandes quantidades é como nosso organismo ficasse saturado de tal substância e não reconhecesse o excesso do mesmo.
Há ainda outros fatores que aumentam o caráter tóxico do nosso organismo: jejum, dieta de baixa caloria e qualidade nutricional, dieta pobre em proteínas, deficiência de vitaminas e minerais, dietas ricas em carboidratos e gorduras saturadas, cigarro, álcool, alimentos ricos em adoçantes (principamente artificiais) e intoxicação por metais tóxicos (é mais comum do que imaginamos!).
Mas, como saber se estamos afetados por toxinas? Preste atenção se você tem múltiplas hipersensibilidades, ansiedade, tonturas, déficit de memória, concentração ruim, fadiga excessiva, queda de cabelos, unhas fracas, celulite, colesterol alterado, dores de cabeça/enxaqueca, desordens tireoidianas, dificuldade para emagrecimento entre outros sintomas/doenças. Importante: consulte sempre um profissional capacitado para ter certeza e avaliar a origem do seu problema.
De fato, para a detox ser eficiente, não é tão simples assim.  A verdadeira detoxificação abrange 3 períodos onde vários grupos alimentares são eliminados e outros priorizados: glúten, leites e derivados, açúcar, café, qualquer alimentos processado, carnes vermelhas e em determinado período até oleaginosas, peixes e ovos. Esse processo deve ser de no mínimo 21 e no máximo de 30 dias.
No nosso organismo, o processo de detoxificação compreende em duas etapas (todas dependentes de nutrientes essenciais): fase I (biotransformação ou bioativação) e fase II (conjugação). Os nutrientes utilizados vão de vitaminas, minerais e antioxidantes, a probióticos,  aminoácidos (glicina, cisteína, glutamina...) e alguns fitoterápicos (como a silimarina, dente-de-leão e alcachofra) para que as duas fases descritas anteriormente recebam todo o aporte nutricional suficiente para ser realizadas pelo seu organismo com sucesso.
 Acredito que nesse momento você deve estar se perguntando: o que comer? Não se preocupe, pois durante o processo de limpeza (“roto-ruter”) e eliminação de toxinas, precisamos priorizar o consumo de vegetais (principalmente orgânicos), recorrer aos leites de arroz, de quinua ou castanha, cereais integrais, azeite, frutas e suco de frutas, chás, ervas entre outros. A criatividade é um fator fundamental nesse momento, pois há criação de muitas possibilidades com esses alimento. Já passei por uma detox esse ano, posso falar com propriedade: foi ótimo!  E como valeu a pena!
Aliado a todo esse processo, para aumentar a capacidade de desintoxicação do nosso organismo e promover saúde e emagrecimento saudáveis e efetivos, é necessário também  praticar atividades físicas (sempre com supervisão de profissionais capacitados e autorização médica), drenagem linfática, diminuir a ingestão de medicamentos sem prescrição médica e consumir alimentos (de preferência orgânicos) que aumentem a capacidade de detoxificação do nosso organismo:  couve, vegetais verdes escuros, limão, romã, alecrim, própolis, cúrcuma, frutas, chá verde. Não podemos esquecer da água, ok? Sem ela, todo esforço será em vão.
Adicione esses alimentos diariamente e siga as dicas acima diminuindo a ingestão de susbstâncias químicas e verifique como seu organismo funcionará melhor. Sempre que possível, priorize os alimentos orgânicos e consuma suco de limão com hortelã, arroz integral com cúrcuma, salada de grãos com couve regado ao azeite extra virgem, chá de ervas...
Seu sistema de detoxificação (e seu organismo) sempre funcionarão a todo vapor! Sem contar que as doenças passarão bem longe de você...
Muita saúde a todos!




Uma vida saudável pede uma alimentação equilibrada. O difícil é consumir alimentos saudáveis todos os dias e abrir mão da feijoada, da lasanha e do churrasco do fim de semana. Para ajudar a equilibrar as refeições, apontar os alimentos que vão compor a lista de compras e até organizar adequadamente a geladeira, existem profissionais capacitados para tais funções. São os personal dieters. Trata-se de um nutricionista que vai até a casa do cliente, auxilia nas compras de alimentos, ajuda a compreender o rótulo dos produtos e não deixa cair em tentação.

A nutricionista Carolina Morais trabalha com a dieta desintoxicação, ou dieta detox, há pouco mais de três anos. “A detox é basicamente uma dieta que auxilia na eliminação das toxinas que atrapalham o bom funcionamento do nosso metabolismo. Através de uma alimentação e suplementação, além de outras orientações. Tudo levando em consideração a individualidade bioquímica de cada um”, explica.

Elaborada de acordo com a necessidade de cada pessoa, a dieta detox ajuda a alcançar os resultados desejados mais rápido. "Cada pessoa tem um organismo diferente e precisa de cuidados diferentes. Inicialmente é realizada uma consulta para saber quais procedimentos deverão ser tomados e que tipo de alimentos serão cortados aos poucos do cardápio daquela pessoa", garante.

Para auxiliar aquelas pessoas que não sabem quais alimentos levar para casa ou como prepará-los, Carolina teve a ideia do detox delivery. Assim, é ela quem vai até o paciente. Além de orientar o paciente, a nutricionista ajuda na mudança de hábitos alimentares de toda a família. “A gente faz um trabalho geral. Damos orientações até para a cozinheira da casa. Explicamos qual é a melhor foram de preparar cada alimento do novo cardápio e qual é o jeito mais adequado de guardá-lo”, afirma Carolina.

Cotidiano

Uma das grandes dificuldades para quem está de dieta, ou cuidando da alimentação para uma vida mais saudável, é manter a vida social. Carolina Morais explica que a dieta detox muda cerca de 90% do hábito alimentar do paciente. Os outros 10% são compostos por aquilo que a pessoa gosta e não consegue abrir mão. “Eu penso na vida social dos meus pacientes. Elaboro dietas para que eles não tenham que abrir mão de uma festa por causa da comida que será servida”, diz. A nutricionista destaca que a quantidade dos alimentos é regulada de acordo com a necessidade de cada pessoa, já que, segundo explica, nem toda dieta é para perder peso.

Idéia aprovada

Algumas pessoas se adaptam facilmente aos novos hábitos alimentares, mas existem aquelas que precisam de ajuda durante meses. No caso da jornalista e empresária Andrea Regis, de 34 anos, não foi difícil entrar para o grupo de pessoas mais saudáveis. “Eu sempre fui muito natureba, mas não sabia bem o que comer e nem a quantidade. Não foi difícil abrir mão de certos tipos de comida. Com a ajuda de um profissional é ainda mais simples”, declara.

Sobre o resultado da nova rotina, a jornalista afirma que se sentiu muito mais disposta comendo alimentos sugeridos pela nutricionista Carolina Morais e na quantidade e hora certa, além de outros benefícios. “Me sinto com mais energia, sem falar que a pele ficou muito mais bonita. A dieta detox também ajuda a melhorar a aparência de celulites”, finaliza.

Valores

Os benefícios são muitos. É maravilhoso saber que existe a possibilidade de receber orientações de uma nutricionista no conforto do próprio lar. De acordo com Carolina Morais, um dia de treinamento em casa custa, em média, R$ 700. Pode parecer caro, mas quem fez o tratamento garante que vale o investimento.

Fonte: http://www.aredacao.com.br/vida.php?noticias=5907


PS: A Dra. Carol Morais tem um blog muito interessante, no qual escreve sobre dieta, dicas nutricionais e de restaurantes, alimentos orgânicos, tudo de uma forma bem descontraída. Ela é uma das nutricionistas da Clínica de Ecologia Médica e nutricional. Para saber mais sobre o serviço de Dexto delivery acesse: http://www.falecomanutricionista.com.br/



Toxinas ambientais e suas influências na saúde humana - Texto publicado pela Dra. Renata Carnaúba no blog da VP: http://www.vponline.com.br/frame_eventos_diversos.php
Diariamente, entramos em contato com cerca de 60 mil compostos tóxicos. Nestes, podemos incluir medicamentos, metais tóxicos, aditivos alimentares, agrotóxicos, poluentes do ar, migrantes de embalagem e outros (1), conhecidos também como xenobióticos.

Sempre que o nosso organismo entra em contato com alguma toxina, inicia-se um processo de destoxificação, que visa a eliminação dessa substância; seja em nível celular ou orgânico. A destoxificação ocorre em todas as células, mas principalmente nas do fígado e do intestino(1).

As reações de destoxificação dão-se por um processo dividido em três fases. As reações de Fase I, também chamada de biotransformação ou bioativação, são realizadas por várias enzimas, e entre elas podemos citar o citocromo P450, que é o principal sistema enzimático responsável por este processo(2). Quando a toxina é biotransformada ela está na verdade sendo preparada para a reação de conjugação, conhecida também como fase II. As reações de fase II têm os objetivos de transformar as toxinas em moléculas passíveis de excreção e hidrossolúveis, além neutralizar sua possível reatividade (1). Após terem sido metabolizadas nas fases I e II, a ex-toxina, agora um metabólito excretável, será transportada para a circulação. Esta ação é realizada pela P-glicoproteína (Pgp), que transporta o metabólito para sua eliminação, seja nas vias biliares, tecido renal ou ainda no intestino, também chamada de fase III (3,4).

Existem muitas evidências que nos permitem afirmar que a nutrição influencia de forma determinante em como destoxificamos (1). Para a síntese do complexo enzimático P450, por exemplo, vários nutrientes são importantes, como ferro, cobre, zinco e vitamina B12 (5). Além desses, uma série de fitoquímicos presentes nos alimentos modulam reações do citocromo P450 e de conjugação (1).

A ingestão dietética de frutas e verduras é muito importante para esse processo, pois estes alimentos contém vitaminas, minerais, aminoácidos e fitonutrientes, que são cofatores necessários para as reações de fases 1 e 2, protegendo também contra o estresse oxidativo, inflamação e lesão mitocondrial induzida pelas toxinas. Especula-se que a composição desses alimentos seja, ao menos parcialmente, responsável por esses efeitos benéficos (5,6).

Dentre os alimentos mais eficazes para ajudar a destoxificação podemos citar as Brássicas, que inibem enzimas de fase I e aceleram enzimas de fase II, que determinam a destoxificação de compostos potencialmente tóxicos (7,8); a toranja (grapefruit), que possui a capacidade de modular as reações de fase I e II por meio da ação enzimática (9); o cúrcuma, que acelera enzimas de fase 2 e também possui capacidade de aumentar a atividade de reparo de DNA contra danos induzidos pelo arsênico (10); o chá verde, que estimula as reações de fase I e II através da ação enzimática, podendo aumentar em até 30 vezes uma das principais enzimas da reação de fase II; entre outros.

A toxicidade de diversos agentes tóxicos em seres humanos tem sido amplamente investigada, sendo relatado o aumento da incidência de disfunções do sistema endócrino de seres humanos. Estudos têm sugerido que a exposição a essas substâncias provoque possíveis alterações na saúde humana envolvendo o sistema reprodutivo, como câncer de mama e de testículo, endometriose e infertilidade, entre outros; além de distúrbios de comportamento e doenças auto-imunes (11,12).

Tais substâncias são chamadas de interferentes endócrinos. Interferente endócrino pode ser definido como substância química exógena, natural ou sintética que, mesmo presente em concentrações extremamente baixas, tem o potencial de causar efeitos adversos na saúde por interferir no funcionamento natural do sistema endócrino podendo causar câncer, prejudicar o sistema reprodutivo, entre outros (13,14). Embora banidas, muitas dessas substâncias ainda permanecem e permanecerão por muito tempo na natureza devido a sua alta estabilidade (14).

Existem diversas formas de contaminação por meio da cadeia alimentar em humanos. Exemplo disso são os agrotóxicos, migrantes de embalagens e contaminantes presentes em produtos de origem animal.

Os alimentos de origem animal geralmente são contaminados na fase da criação desses animais, em que é comum o uso de agentes anabolizantes nas rações, e que acabam sendo encontrados nos produtos derivados consumidos em quantidades permitidas pela legislação, desde que respeitadas as doses indicadas e o período de aplicação (1,11).

Embalagens plásticas podem conter constituintes inorgânicos os quais podem migrar para o alimento (15), apesar de ser uma migração pequena, a detecção dos efeitos biológicos na exposição em curto prazo não é possível de ser avaliada, entretanto, após longos períodos de ingestão, manifestações tóxicas sutis e de difícil detecção poderão ocorrer (1).

O rápido aumento de compostos químicos no ambiente coincide com o aumento da epidemiologia da obesidade nos últimos 40 anos. Além disso, evidências científicas sugerem que a exposição a certas toxinas que mimetizam a ação dos hormônios pode contribuir para o aumento da obesidade em humanos e modelos animais (16).

Tem sido mostrado que poluentes ambientais como POPs, pesticidas e bifenilas policlorinadas (PCBs) acumulam no tecido adiposo após a exposição. Foi evidenciada também que a exposição ao Bisfenol A (BPA) afeta o transporte de glicose no tecido adiposo e altera a funcionalidade endócrina dos adipócitos, sendo que em doses ambientalmente relevantes inibem a liberação de uma adipocitocina chave protetora contra a síndrome metabólica (16,17).
Evidências patológicas e laboratoriais sugerem que o arsênico, mercúrio, chumbo, POPs e possivelmente BPA, interagem com o funcionamento das células pancreáticas Langerhans, afetando consequentemente a produção de insulina (18). A exposição oral a baixas doses de mercúrio através de amálgamas dentárias, do consumo de peixes e vacinas, diminui os níveis plasmáticos de insulina e eleva assim a glicemia e a intolerância à glicose, além de aumentar o estresse oxidativo, induzir citocinas inflamatórias e promover lesão mitocondrial (6,18).

A determinação de uma quantidade de ingestão segura dessas substâncias não significa que sejam inócuas, e sim, que com os avanços tecnológicos tornou-se possível a não identificação de alterações significantes na saúde nos animais em que foram realizados os testes. Tem-se ainda que considerar as interações múltiplas entre os diferentes compostos tóxicos, que só ocorrerão dentro do organismo de cada um e serão metabolizados de forma única (1).

A maneira mais segura para a saúde seria a redução do consumo dessas substâncias, reduzindo o consumo de produtos industrializados e dando preferência aos alimentos orgânicos, que conferem maior proteção destoxificante, antioxidante e de fitonutrientes antiinflamatórios; reciclando e reutilizando materiais cuja decomposição no meio ambiente é lenta e fonte de liberação dos tais poluentes (11,16).


Autor: Renata Alves Carnauba - Departamento Científico da VP Consultoria Nutricional e Andréia Naves - diretora da VP Consultoria Nutricional

Fonte: http://www.vponline.com.br/frame_eventos_diversos.php

Referência Bibliográfica:

1- PASCHOAL, V.; NAVES, A.; FONSECA, A.B.B.L. Nutrição Clínica Funcional: dos princípios à prática clínica. 1 ed. São Paulo: VP editora, 2008.
2- KROHN, J,; TAYLOR, F.A.; PROSSER, J. The whole way to natural detoxification. Vancouver: Hartley & Marks Publishers, 1996.
3- CAMPOS, S. P-Glicoproteína. Disponível em: Acesso em: 17/05/2010.
4-JONES, D. Textbook of functional medicine. Florida: The Institute for Functional Medicine, 2006.
5- OGA, S. Fundamentos de toxicologia. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
6- HYMAN, M. A. Environmental toxins, obesity, and diabetes: an emerging risk factor. Altern Ther Health Med.; 16(2):56-58, 2010.
7- DEKKER, M.; MCNEILL, J.; BARRIE, F.R. et al. International code of botanical nomenclature (Saint Louis Code). Germany: Koeltz Scientific Book, 2000.
8- STEINKELLNER, H.; RABOT, S.; FREYWALD, C. et al. Effects os cruciferous vegetables and their constituents on drug metabolizing enzymes involved in the bioactivation of DNA-reactive dietary carcinogens. Mut Res; 480-481:285-297, 2001.
9- HAHN-OBERCYGER, M.; STARK, A.H.; MADAR, Z. Grapefruit and oroblanco enhance hepatic detoxification enzymes in rats: possible role in protection against chemical carcinogenesis. J Agric Food Chem;53(5):1828-32, 2005.
10- MUKHERJEE, S.; ROY, M.; DEY, S. et al. A Mechanistic Approach for Modulation of Arsenic Toxicity in Human Lymphocytes by Curcumin, an Active Constituent of Medicinal Herb Curcuma longa Linn. J Clin Biochem Nutr; 41(1):32-42, 2007.
11- FONTENELE, E.G.P.; MARTINS, M.R.A.; QUIDUTE, A.R.P.et al. Contaminantes ambientais e interferentes endócrinos. Arq Bras Endocrinol Metab.;54(1):6-16, 2010. 12- GHISELLI, Gislaine; JARDIM, Wilson F. Interferentes endócrinos no ambiente. Quím. Nova, São Paulo, v. 30, n. 3, June 2007.
13- LAHOUEL, M. et al. Effet protecteur des flavonoïdes contre la toxicité de la vinblastine, du cyclophosphamide et du paracétamol par inhibition de la peroxydation lipidique et augmentation du glutathione hépatique. Pathologie Biologie; 52 (6):314-322, 2004.
14- ALVES, Crésio et al . Exposição ambiental a interferentes endócrinos com atividade estrogênica e sua associação com distúrbios puberais em crianças. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 5, May 2007.
15- SOARES, P.E.; SAIKI, M.; WIEBECK, H. Avaliação da migração de elementos de embalagens plásticas de alimentos para soluções simulantes pelo método radiométrico. INAC; 2005.
16- NAVES, A. Nutrição Clínica Funcional: Obesidade. 1ª ed. São Paulo: VP editora, 2009.
17- LATINI, G.; GALLO, F.; LUGHETTI, L. Toxic environment and obesity pandemia: Is there a relationship? Italian Journal of Pediatrics; 36:8, 2010.
18- SHARP, D. Environmental toxins, a potential risk factor for diabetes among Canadian Aboriginals. Int J Circumpolar Health; 68(4):316–326, 2009.

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