sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lixo corresponde a 53% dos potenciais criadouros da dengue no Paraná

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Lixo corresponde a 53% dos potenciais criadouros da dengue no Paraná:

Coleta seletiva do lixo é uma solução viável para diminuir o número de focos do mosquito


A fragilidade na gestão de resíduos sólidos nos municípios é apontada pela Secretaria da Saúde como a principal causa para a existência de criadouros do mosquito Aedes aegypti no Paraná. Em 2011, dos 12 milhões de depósitos que poderiam acumular água e se tornar criadouros da dengue, 53% foi considerado lixo, como copos descartáveis, garrafas pet, latas, sucatas e outros pequenos objetos.


De acordo com levantamento da sala de situação da dengue, outros tipos de depósitos comumente encontrados nas visitas dos agentes de endemias são vasos de plantas, tanques, hortas, calhas, lajes e objetos de obra e pneus, que juntos correspondem a 37% do total.


Além da eliminação manual dos possíveis criadouros, o agente de endemias também realiza um trabalho educativo junto à população para que as residências fiquem livres de focos do mosquito.


Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, a implantação do plano municipal de gerenciamento de resíduos sólidos e a criação de programas de coleta seletiva do lixo são uma solução viável para diminuir o número de focos do mosquito. “Para isso é necessário que haja o envolvimento de todos, desde o gestor, com o planejamento, execução e incentivo a essa prática, até a população, com a separação do lixo reciclável nas residências”, explicou.


O município de Curitiba, por exemplo, tem um serviço de coleta seletiva estruturado desde 1989. Atualmente ele atende 100% do território do município e conta com o apoio de cooperativas de catadores de materiais recicláveis.


Além disso, a capital paranaense desenvolveu uma campanha educativa junto à população para conscientizar sobre a importância da separação do lixo, que é benéfica tanto ao meio ambiente, quanto às pessoas que tem a reciclagem como fonte de renda.


Curitiba não é um município infestado e o programa de coleta seletiva é um dos fatores que influenciam a pouca ocorrência de focos do mosquito na cidade. “A experiência de Curitiba é modelo para o país e deveria ser replicada, principalmente, em municípios infestados. A destinação correta dos resíduos, aliado ao trabalho do agente de endemias e a conscientização da população, poderia reduzir o risco de novas epidemias no Paraná”, afirmou a chefe do departamento de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.


NÚMEROS – O 36º informe técnico deste novo período da dengue (agosto/2011 a julho/2012) relata 337 casos confirmados da doença no Paraná, sendo 276 autóctones (em que a contaminação ocorreu no Estado) e 61 importados.


Até esta terça-feira(14) foram registradas apenas duas ocorrências graves que já evoluíram para cura (um caso de Dengue Com Complicação – DCC e um caso Febre Hemorrágica por Dengue – FHD).


Os seis municípios com maior número de casos confirmados autóctones são: Londrina (36), Foz do Iguaçu (31), Alvorada do Sul (27), Cambé (22), Francisco Beltrão (20) e Maringá (20).


A Secretaria da Saúde alerta ainda para o aumento no número de casos confirmados nesta semana em Francisco Beltrão. “De agosto até a primeira semana de fevereiro, o município registrava apenas um caso autóctone. Já nesta última semana, o número saltou para 20 casos”, disse o coordenador da sala de situação, Ronaldo Trevisan.


Equipes do Governo do Estado foram deslocadas para Francisco Beltrão a fim de avaliar a causa do aumento nas notificações e apoiar as estratégias desenvolvidas pelo município. “Nos últimos anos, o período de fevereiro a abril concentra grande parte dos casos de dengue no Estado, por isso a Secretaria está monitorando todos os municípios que apresentarem crescimento repentino em número de casos e notificações”, ressaltou Trevisan.


Comitê – No próximo dia 27 acontecerá a primeira reunião do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue em 2012. A reunião está marcada para as 14h, no auditório da Secretaria da Saúde, em Curitiba.


Acesse o boletim da dengue completo


Fonte: Secretaria de Saúde do Paraná

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