sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Asma mata?

http://blogdalergia.blogspot.com/
Asma mata?:
Muitas pessoas têm asma no Brasil - calcula-se que cerca de 10% da população brasileira tenha a doença, entre crianças e adultos, o que significa um número em torno de 19 milhões de brasileiros. Mesmo assim, é ainda hoje, pouco conhecida pelo público, sendo chamada por nomes diversos como: bronquite asmática, bronquite alérgica ou simplesmente bronquite. 


A asma é responsável por faltas ao trabalho e à escola, dificuldade nas atividades diárias, prejuízo do sono e descanso de milhões de brasileiros, atendimentos de emergência, internações hospitalares, entre outros distúrbios. E, até hoje, a despeito dos enormes avanços científicos em seu tratamento ainda causa mortes Em 2009, foram 2.544, de acordo com dados do Ministério da Saúde.   


Na semana passada foram noticiados dois casos de morte por asma, sendo um em Brasília, numa criança de 13 anos e o outro, na Síria, num correspondente do Jornal New York Times, aos 43 anos de idade. Duas pessoas jovens, com acesso ao tratamento sucumbiram à doença. Motivos? Não cabe aqui discutir mas sim chamar a atenção para a importância do esclarecimento à população, dos fatores que devem ser combatidos, do esclarecimento de mitos e preconceitos que impedem o tratamento. 


A constatação é clara: poucos pacientes com asma seguem o tratamento corretamente. A maior dificuldade está no fato de que a asma é uma doença silenciosa, que permanece mesmo quando não se está em crise, mesmo quando a pessoa não sente nada. Assim, os remédios para controle da doença devem ser usados todos os dias, com ou sem crise, mas poucos seguem estas recomendações médicas. 


Mas, da mesma forma que cada pessoa é única, a doença também não é padronizada, manifestando-se de forma única em cada paciente. Por isso, exige uma avaliação personalizada de cada caso, dos fatores agravantes, dos fatores ambientais e pessoais envolvidos, bem como da escolha do tratamento em cada pessoa, seja um bebê, uma criança, adolescente, gestante ou idoso. 


Estas tristes notícias servem como alerta para a necessidade da educação e orientação sobre a asma à população brasileira. Nesta luta, o médico não pode ficar só: é preciso somar esforços de toda a sociedade, profissionais de saúde, associações de pacientes, organizações não governamentais, familiares, legisladores, governo, empresas, etc. 


Esperamos num futuro próximo que estas notícias sejam substituídas por outras, mostrando pessoas vencedoras em seus âmbitos de ação a despeito da asma. O sucesso dos programas de tratamento é um fato comprovado e todos ganham: os pacientes, pela reconquista de sua qualidade de vida e os gestores, por menores custos requeridos para controle comparados aos custos do mero atendimento ao resgate de crises.


Leiam o texto na íntegra, publicado na Folha de S Paulo, com a participação do Presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dr João Negreiros Tebyriçá. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário