terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Exposição "Aquarelas do Rio" tem início na ABL

FONTE: Academia Brasileira de Letras

A Academia Brasileira de Letras inaugurou em 24 de janeiro, às 19h, na Galeria Manuel Bandeira, a primeira exposição do ano de 2011, intitulada "Aquarelas do Rio". A exibição do artista J. David conta com 31 obras que mostram, sob sua ótica e traços, variadas belezas do Rio de Janeiro.
O artista expõe aquarelas tais como a fachada da Academia Brasileira de Letras, um coreto e banda , no subúrbio do Rio, o Museu Imperial de Petrópolis, entre outras.




Aquarela retratando o Petit Trianon


Produzida por Marcelo Ferreira Spohn e tendo como curador o poeta e ensaísta Alexei Bueno, a exposição estará aberta ao público, com entrada franca, de 25 de janeiro até 25 de fevereiro. O horário de visitação é das 10h às 18h, de segunda a sexta-feira.
Saiba mais
Sobre o autor
Nascido em 1934, no Engenho Novo, Rio de Janeiro, recebeu seu primeiro prêmio em desenho, no ano de 1942, em concurso escolar sobre a Segunda Guerra Mundial. Em 1952, entra como aprendiz de desenhista na Editora Brasil América, e, paralelamente pintando, expõe no Salão Nacional de Belas Artes, em 1963.Em 1966, começa a trabalhar como ilustrador publicitário e, em 1983, é premiado como Ilustrador Publicitário do ano pela Assossiação Brasileira de Propaganda (ABP).
Em 1998, já aposentado, viaja à Europa conhecendo os museus do Louvre, D’Orsay, Galeria Degli Uffizi, Academia de Florença, ateliers em Veneza, museu do Vaticano, museu do Prado, museu de  Lisboa entre outros.

Texto de apresentação da exposição
O Rio de Janeiro, desde sempre, manteve uma posição de vasta dominância no corpus da iconografia brasileira, por dois motivos óbvios, um natural, o outro histórico. O primeiro se origina na paisagem sem paralelo desse ponto no qual os franceses sonharam erguer a sua Henriville, e no qual o heróico Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião. Por consenso universal, esta boca de baía, esta estreita faixa de terra firme entre maciços graníticos verdadeiramente escultóricos e o mar, consiste numa das mais espantosas maravilhas da natureza, ainda que numa das situações mais ingratas para nela se erguer uma cidade. O segundo nasce do fato de, após 1763 e até 1960, ter sido o Rio de Janeiro a capital da Colônia, a sede do Reino Unido, Município Neutro, Capital Federal, cidade-estado da Guanabara. Com a transferência da corte lusitana em 1808, e a abertura dos portos, para cá acorreram artistas franceses, ingleses, alemães, de toda parte, unanimemente fascinados pela paisagem que descortinavam. Desse modo, o registro pictórico da paisagem – quase inexistente na Colônia, com a prestigiosa exceção do período holandês – surge e se firma gloriosamente no Rio de Janeiro.
Artista inato, com quase cinco décadas dedicadas à pintura ou à sutil e difícil técnica da aquarela, J. David, carioca do Engenho Novo, faz uma homenagem lírica à sua cidade e ao seu estado nestas Aquarelas do Rio. Com invariável exatidão, ele passa do registro cotidiano – como em “Algodão doce, subúrbio do Rio” ou “Gardênia Azul, Jacarepaguá” - à sobriedade quase geométrica de certas marinhas, como “Ilha do Governador, Colônia de Pesca”, que nos recordam algo da maneira de um Pancetti ou de um Carlos Scliar. Seu cromatismo, sempre opulento, explode às vezes numa espécie de êxtase jubiloso, que podemos sentir perante “Palácio Imperial, Petrópolis” ou “A Casa Rosa, Paquetá”. Invariavelmente, as aquarelas de J. David transmitem ao observador uma joie de vivre, uma espécie de comemoração do real que - como os antigos diziam a respeito do vinho - alegra o coração dos homens.
A inigualável paisagem do Rio de Janeiro e seus arredores continua, portanto, a dominar os olhares e o anelo expressivo que, pertencente a todos homens, em alguns pouco se manifesta, para a satisfação de todos. Apesar das inúmeras vicissitudes que a natureza carioca e fluminense sofreu, às vezes de forma irreparável, em quase cinco séculos de atividade humana, a aparência e a alma desse “escasso ponto do universo”, para usar o verso de Machado de Assis, permanece, como podemos perceber nestas Aquarelas do Rio, que a Galeria Manuel Bandeira tem a satisfação de apresentar.

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