
Seu caso prova que escola pública não é sentença de fracasso. O desafio é convencer o aluno disso. E aí a história de Sabrina comprova o que muitas pesquisas já mostraram: a família responde por parte significativa do desempenho do estudante e de seu sucesso na vida escolar. Uma constatação dramática, pois a capacidade de atuação do Estado na vida familiar parece bastante limitada. Até que ponto a escola pode fazer o papel dos pais (incentivando a leitura desde muito cedo e despertando o interesse pelo conhecimento, por exemplo) ainda é um ponto de interrogação.
A boa notícia é que Sabrina pode ser uma exceção, mas não é uma raridade. Cada vez mais alunos de escolas públicas conseguem um lugar ao sol no mundo do educação superior. Mecanismos como o Enem e o ProUni tem contribuído para isso. O dia em que tiverem seus filhos, eles e elas (principalmente elas, pelo que dizem as pesquisas) vão ambicionar para a nova geração ao menos o que alcançaram. É claro que isso leva tempo.
Vou encontrar Sabrina no feriado de Carnaval. Levo uma coletânea de sonetos de Camões de presente e um recado: a parte mais difícil começa agora.
Texto publicado na minha coluna no jornal Destak, 2/3. Foto: filme 'Pro Dia Nascer Feliz' (Divulgação).
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