terça-feira, 15 de março de 2011

Espaço do Professor


Professora faz depoimento sobre uso de sala digital na escola

Na sala digital, as aulas tinham conteúdos variados: matemática, ciências, artes...
Na sala digital, as aulas tinham conteúdos variados: matemática, ciências, artes...
Autor:Arquivo pessoal


A pedagoga Patricia da Silveira Muniz, de Sapiranga (RS), trabalha no Centro Municipal de Educação Érico Veríssimo – unidade de ensino fundamental – desde 2008. Este ano ela, ela dá aulas em uma turma de 5° ano (antiga 4ª série), pela manhã; à tarde, leciona em uma turma de 2° ano. Com 28 anos, pós-graduada em gestão escolar, Patrícia está no magistério desde 2006.
Reproduzimos abaixo o depoimento que ela enviou sobre o trabalho realizado na sala digital de sua escola, com as turmas de 5° ano, logo após sua inauguração, em 2010.
Depoimento de Patrícia da Silveira Muniz
“Para nós, professoras, foi uma surpresa e também uma apreensão, já que na escola havia o laboratório de informática no qual íamos uma vez por semana e neste fazíamos o trabalho de monitoramento, escolhíamos uma atividade e o professor do laboratório explicava passo a passo aos alunos. Daquele momento em diante, tudo mudava, pois teríamos que planejar de acordo com os conteúdos, estudar que ferramentas usar e explicar aos alunos. Não seria nada fácil!
Como os dois 5°anos usariam a sala, a turma 511, de minha responsabilidade, e a turma 512 da professora Magali Capeletti – pedagoga formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em janeiro deste ano – ficou combinado dividir os horários. Nas segundas, os alunos tinham educação física e filosofia com professoras dessas respectivas disciplinas. Então, nesses dias, eu e a professora Magali nos reuníamos para planejar as aulas da semana. Nos demais dias, cada turma ficava na SAD ora do início da aula até o horário da merenda (7h 20 min – 9h 10min), ora do fim do intervalo até o final da aula (9h 35 min – 11h 20 min). Exemplo: se na terça-feira a turma 511 iniciou sua aula na SAD, na quarta será a vez da turma 512.
Para iniciarmos o trabalho, primeiro os alunos tiveram aulas de digitação de texto para se familiarizarem com o teclado do notebook, que é um pouco diferente daquele que já conheciam, e aplicar diferentes fontes de texto, negritar algumas palavras, utilizar marcadores, mudar cor da fonte... Nas aulas que seguiram, optamos por variar os conteúdos: matemática, estudos sociais, ciências, artes...
Para as aulas de matemática, a professora Magali e eu buscávamos atividades em sites, onde foi possível trabalhar com desafios, atividades que envolviam o raciocínio lógico e que despertavam o interesse dos alunos. Trabalhamos o Sudoku, o Tangram, calculadora quebrada, as torres de Hanói, sites de jogos como o plastelina, em que o aluno era desafiado a atravessar um homem em seu barco, de uma margem a outra do lago, uma caixa de verduras, uma ovelha e um lobo, sendo que só poderia levar um de cada vez e que o lobo come a ovelha e a ovelha come a verdura quando não há um homem por perto. No site da Rede Marista também encontramos muitas atividades que nos auxiliaram no trabalho pedagógico.
Para as aulas de ciências e estudos sociais, os alunos faziam pesquisas nos sites de busca. Como no conteúdo água, em eles leram textos, viram simuladores que demonstraram o ciclo da água na natureza, descobriram curiosidades em relação ao desperdício e economia de água e, a partir disso, elaboraram um folder sobre o assunto para ser entregue aos familiares. Na aula de artes, aproveitando o assunto, realizaram desenhos no Tux Paint.
Em estudos sociais, foi possível conhecer diversos sites de municípios do Rio Grande do Sul, conhecer os pontos turísticos e as belezas naturais dessas localidades, os povos que colonizaram, enfim, a partir desse estudo os alunos ficaram curiosos em conhecer o nosso estado. Em língua portuguesa, a SAD foi extremamente importante para a criação de textos, ortografia, vocabulário e desenvolvimento de ideias dos alunos. A partir dela, foi nítido o crescimento do pensamento dos alunos e, consequente, o prazer em estudar e aprender cada vez mais.
Muitos alunos tinham dificuldade ao elaborar textos, não conseguiam ter ideias para escrever mais que três linhas. Depois que passaram a escrever suas produções nos notebooks, não queriam mais parar de escrever, sempre tinham mais e mais assunto para contar. Era tão bom estar na SAD, que a aula parecia passar voando, quando via tínhamos que desligar os notes e a reclamação era geral “Ahhhh sora, deixa ficar mais um pouco!”
Essa experiência serviu para enriquecer meu trabalho como educadora, pois a partir dela tive que pesquisar outra forma de aprender a qual não estava habituada e buscar atualização na área da tecnologia. Assim como os alunos puderam crescer, eu como educadora também pude. A partir dela, passei a valorizar mais a tecnologia e vê-la com outro olhar, de que é possível sim, melhorarmos a educação e isso depende de ações como essa a qual pude vivenciar.
Nesse ano, as turmas na qual o trabalho está sendo desenvolvido são de 4°anos, por isso não estou atuando na SAD.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário